12/02/08

Terra Vermelha




  Terra vermelha que os meus pés pisaram em grandes correrias, em jogos de bola, em voos de pássaro.

  Terra vermelha que me viu crescer, dos namoricos das kilumbas, das cubatas entradas.

  Terra vermelha na qual caí em saltos de acrobata, em quedas na máscara, de arma na mão.

  Terra vermelha, das quitandeiras a apregoar a mandioca, a fuba, os cachos de banana, a paracuca, o jindungo, envoltas nos seus trajes multicolores de africana que preza ser, dos Kimbandas que tudo cura, das makas nos Recreativos, da cor que dás ao pôr-do-sol.

  Terra vermelha, terra do musonge (acácias), do imbondeiro e da velha mulemba.

  Terra vermelha quanto sangue ficou em ti derramado por ódios explorados.

  Terra vermelha que assististe ao abandono, ao choro chorado daqueles que por ti choraram na hora da partida.

  Terra vermelha que um dia a mim voltaste relembrando-me o quanto fui feliz na tua terra vermelha.

  Terra vermelha dessa cidade que nunca esquecerei.

P.S. - O meu agradecimento ao meu amigo Jorge (Daflon), que me trouxe, há pouco tempo, um pouco dessa terra vermelha de Luanda (na imagem).

3 comentários:

Elvira Carvalho disse...

E fica sempre aquela saudade...
Um abraço

Laura disse...

E porque não pões lá os poemas que eu e uma letinha tinhamos escrito sobre a terra vermelha? perdeste? eu ainda o tenho. beijinho da laura..

Anónimo disse...

Terra vermelha, terra sagrada, ficou a saudade e o feitiço da terra vermelha que vezes sem conta pisei e chapinei.
beijinho inté