28/07/11

Textang



Textang, um dos clubes onde a minha presença era uma constante. Localizado no B. da Boavista onde, com os meus manos e amigas, íamos à praia junto ao porto de abrigo. Foi neste clube que começou um namoro que acabou em casamento, o meu. Ao som dos cantores e conjuntos da época, Lindomar Castilho, Roberto Carlos, Nelson Ned, Nilton César, dos Credence, The Archies, Otis Redding, Percy Sledge, do “Tango dos Barbudos”, dos Pasodobles, era na Textang que passava, quase sempre os Domingos à tarde.

Encostados, de cigarro na boca só para o estilo, de longe mirávamos a rapariga que se pretendia para dançar e fazíamos sinal quase imperceptível, para não dar muito nas vistas, que a procura era muita e a oferta pouca.

Acontecia muitas vezes, haver mais que um rapaz a fazer sinal à mesma rapariga e depois era o bom e o bonito quando ela se levantava e pensando que era para nós, passava ao lado e ia dançar com outro. Disfarçava-se o melhor que se podia o caricato da situação e lá íamos de novo para o canto.

As miúdas casadoiras iam com os pais ou com amigas e o cochichar delas era para nós incómodo pois não sabíamos do que falavam e podia ser um ‘bota-abaixo’ à nossa forma de dançar ou elogios. Só elas é que sabiam do que falavam. Felizmente fui sempre bom dançarino e embora tivesse passado algumas situações acima descritas, raramente não dançava.

O ‘travão’ que elas colocavam (braço em frente ao peito), impediam qualquer ‘avanço’ mais malicioso da nossa parte mas, aos poucos, iam cedendo, pois de tanto rodopio as ‘defesas’ iam abaixo e quando davam conta já estávamos encostados. Mas também haviam mulheres mais maduras que iam lá sozinhas para ‘encontrarem’ um parceiro ocasional. Esta história foi verídica e passou-se com um amigo meu. Ele fez sinal a uma mulher trintona e eis que quando ela se levanta verificámos que coxeava. Como ela veio ao encontro dele que remédio teve ele senão dançar o ‘slow’ que nesse momento tocava. Era uma música do Percy Sledge (nunca me esqueci desse pormenor).

E lá foram eles enlaçados, muito juntinhos, e ela para cima e para baixo consoante o pé que poisava. Quase a música acabada, ele lança-nos um pedido de socorro. Pediu-nos para o rodearmos e para irmos para a casa de banho. Assim fizemos e tinha acontecido o inevitável. Com tanto ‘roço’ o nosso amigo não aguentou e…


Calças e cuecas lavadas. Secou-se o mais possível e a camisa ‘cintada’ (muito utilizada na época) por fora, serviu de resguardo ao molhado que se notava. Foi um riso pegado entre nós.

Depois da farra acabada, vi-a indo pela Avª da Boavista, no seu coxear, perdendo-se no escuro da noite.