22/02/18

A volta dos tristes

Raro era o fim de semana que a ilha não se enchia de carros. Nos 7 km, desde a entrada até à ponta da ilha, as praias fervilhavam de vida.

Era também a altura que os pais metiam a prole (filhos) no carro e lá iam fazer a volta dos tristes.

A volta dos tristes porque era sempre a mesma coisa. Garotada dentro do carro, rádio a ouvir o relato do "puto" (entenda-se de Portugal) e lá se ia "mergulhando" naquele trânsito infernal.

Chegados à ponta da ilha, se desse para parar, andava-se um pouco pela praia ou se encostava ao carro ouvindo a rádio não fosse o Benfica ou outro clube marcar um golo, metia-se a garotada outra vez dentro do carro e fazia-se o caminho de regresso, outra vez numa fila infernal.

Os garotos faziam chinfrineira, o pai ralhava, a mãe punha "água na fervura" e chegados a casa mais cansados do que nunca, com sono, lá se adormecia rapidamente que no dia seguinte era dia de trabalho e de escola.

Outra volta que se fazia era ir até ao aeroporto, ver os aviões (já tema aqui colocado).

Depois os garotos cresciam, o carro ia mais vazio, já não havia o barulho do costume e acabava a volta dos tristes.

Na ponta da ilha havia o Restaurante Mandarim de comida chinesa, e que eu me lembre foi construída lá para os anos 70. Lembro-me de ir até à ponta da ilha e não haver Mandarim nenhum.

fotos: imagem com carros bem antigos na ponte no regresso da ilha,o Restaurante Mandarim e o trânsito na ponta da ilha ao fim-de-semana.



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